Acostumados com períodos de falta d’água no verão, os gaúchos podem ficar menos preocupados neste início de ano, pois o excesso de chuvas nas primeiras semanas de 2015 praticamente afasta o risco de racionamento de água. Porém, de acordo com a Associação Brasileira de Engenhar ia Sanitária e Ambiental – Seção Rio Grande do Sul (ABES-RS), a garantia da água saindo das torneiras da população depende de como ela será cuidada.
– Temos tido um verão bastante chuvoso, como também foi a primavera. Deste modo, entramos no verão com os reservatórios dos sistemas de abastecimento e irrigação cheios, e continuamos com bons estoques. Podem haver problemas localizados, que majoritariamente, se devem a dificuldades de infraestrutura, como captações, bombeamentos, adutoras, reservatórios, redes, energia elétrica, e não por falta de disponibilidade nos mananciais. Há ainda episódios de sérios problemas de poluição, que atrapalham a captação de água para abastecimento das populações – destaca o coordenador da Câmara Técnica de Recursos Hídricos e diretor da ABES-RS, Sidnei Agra.
Dados do Sistema de Monitoramento e Alerta de Desastres no RS, coordenado pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, mostram que, nas primeiras semanas de 2015, já choveu mais do que a média dos últimos 30 anos no período no Rio Grande do Sul. Em praticamente todas as regiões do estado, os registros de chuva demonstram pelo menos 30% de chuvas acima da média, exceto na região central, com valores próximos do esperado.
Para que este bem tão precioso não fique escasso, a ABES-RS ressalta alguns cuidados aos quais o cidadão e os governantes devem estar atentos:
– Quanto ao Estado, cabe planejar e investir em infraestrutura, antecipando-se aos problemas, de modo a evitar que eles aconteçam, implantando as soluções antes que os problemas se tornem graves. A atual crise em São Paulo é um claro retrato disto, agravado pela severa estiagem que atinge a região.
– Quanto à população, cabe usar a água de maneira consciente e racional, evitando desperdício e consertando vazamento que se verifiquem, porque isso repercute na conta de água, encarecendo-a, e agravando o problema de falta d’água, quando ocorre.