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Um alerta sobre a relação entre animais e humanos nos ambientes urbanos
Com aproximadamente 80% da população brasileira vivendo em cidades, o conflito entre homens e meio ambiente cresce a cada dia. O desafio é harmonizar a necessidade de desenvolvimento com a qualidade ambiental. O tema foi abordado no 1º Ciclo Saúde Ambiental, realizado no final da tarde de quinta-feira (18/06) na Factum - Escola Técnica Superior, em Porto Alegre.
A bióloga e diretora presidente do Instituto Sauver, Suzi Missel Pacheco, afirma que são necessárias ações para uma relação mais sustentável entre homens e animais silvestres, em especial no meio urbano.
- São morcegos, mosquitos, gambás, bugios, graxaim, entre outros. A cidade engoliu a área rural e os habitantes ficaram ali. A convivência precisa ser de forma pacífica e não da maneira que estamos vendo, atualmente. É necessário que os órgãos ambientais informem sobre esses animais, suas características e onde vivem.
A construção de condomínios e loteamentos junto às áreas rurais, como acontece na zona sul de Porto Alegre onde vivem muitos animais silvestres pode resultar em problemas, como a visita de cobras, aranhas ou escorpiões.
- As pessoas dizem que apareceu um bicho dentro de casa. Na verdade, são os humanos que invadiram o espaço dos animais - completou Suzi.
A palestrante graduada em ciências biológicas e mestra em Biologia Animal na UFRGS, Flávia Montagner, entende que a preocupação não deve ficar restrita a biólogos e profissionais da saúde.
- O cuidado começa com o arquiteto e engenheiro para definição do melhor tipo de construção para evitar entrada de insetos e morcegos. Na saúde é preciso muito cuidado com o descarte de resíduos, por exemplo. Então é preciso que o tema seja tratado em várias frentes. Algumas das chamadas pragas urbanas não poderão ser extintas, mas seu manejo é possível com cuidados contínuos.
A palestrante comenta, também, que mesmo tendo o conhecimento, muitas vezes as pessoas não colocam em prática. A dengue é um grande problema, tanto em Porto Alegre como no resto do Brasil, especialmente pela enorme capacidade de adaptação do mosquito.
O evento foi realizado pela Abes-RS com apoio da Factum - Escola Técnica e Superior e Corsan.