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Pontos impróprios para banho no estado demonstram que planejamento tem que ser aprofundado
O crescimento e a densificação dos balneários, o estágio inicial da aplicação dos instrumentos de planejamento, os despejos de esgotos sem tratamento e a disposição inadequada de resíduos sólidos fazem com que muitos pontos no Rio Grande do Sul estejam impróprios para banho. A consideração é da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - Seção Rio Grande do Sul (ABES-RS), a partir dos dados do projeto Balneabilidade da FEPAM. Segundo a entidade, as ações de saneamento são indispensáveis para a prevenção e controle de doenças e manutenção da balneabilidade.
- Já no início da temporada de veraneio, 17 pontos revelaram-se impróprios para banho, conforme os dados da Fepam. Os investimentos para a implantação de sistemas de tratamento de esgotos, ações preventivas para que haja redução dos riscos à saúde pública, ao meio ambiente, a economia e até a imagem da região, são sempre menores que os necessários para a despoluição de um local afetado. Queremos que a população tenha cada vez mais acesso ao lazer característico destas áreas e ajudem a cobrar de seus governantes uma política que previna riscos em longo prazo, com a construção e implementação dos Planos Municipais de Saneamento Básico - aponta o presidente da ABES-RS, Darci Campani.
O contato direto e prolongado com o ambiente, através de atividades de natação, mergulho e esportes, favorece a ingestão de água e a contaminação pela pele. A contaminação fecal pode ocasionar doenças decorrentes da presença de bactérias, vírus e protozoários.
- A situação da balneabilidade está pior também em função das chuvas, que aumentam o carregamento de esgotos e resíduos para os cursos d'água. E, os investimentos realizados são insuficientes para atender a demanda necessária. Estes investimentos não devem ser somente em obras, mas também em educação ambiental - relata Campani.
A garantia da saúde ambiental, ressalta o presidente da ABES-RS, depende de ações coordenadas de governo e sociedade. Cabe ao Estado, por exemplo, projetar, implantar e operar eficientemente redes e estações de tratamento de esgoto e gerenciar adequadamente os resíduos sólidos. À sociedade, no entanto, cabe conectar-se às redes de esgoto e segregar e dispor corretamente os resíduos. Fazem-se imprescindíveis as estratégias ambientais preventivas, que buscam soluções inteligentes e integradas para os esgotos, resíduos sólidos, drenagem e água, preservando a sustentabilidade dos recursos naturais e a qualidade de vida.